# Separado do continente pelo oceano, o Atol das Rocas está entre um dos menores do planeta: seu perímetro tem apenas sete quilômetros – seu eixo leste-oeste tem 3,7 quilômetros e o norte-sul não ultrapassa a 2,5 quilômetros. Com forma de uma elipse quase circular, esse antigo topo de vulcão funciona hoje como um enorme berçário vivo de muitas espécies. Todos os anos milhares de aves e centenas de tartarugas-verdes retornam para lá para desovar. O local também é área de abrigo e alimentação da tartaruga-de-pente.
# o lado do Arquipélago de Fernando de Noronha, o Atol das Rocas é considerado uma das áreas mais importantes para a reprodução de aves marinhas tropicais do País, abrigando pelo menos 150 mil aves, de quase 30 espécies diferentes. Atualmente, no pequeno território descoberto pelo navegador português Gonçalo Coelho em 1503, vivem, o ano todo, cinco espécies de aves residentes: duas de atobás, uma de trinta-réis ou andorinha do mar e duas de viuvinhas, os atobás-de-patas-vermelhas e as fragatas vem de Fernando de Noronha para pescar. Além delas, 25 espécies migratórias fazem de Rocas um porto permanente. Passam por ali espécies originárias da Venezuela, da África e até maçaricos provenientes da Sibéria. Até o momento, nenhuma espécie potencialmente predadora foi catalogada no Atol das Rocas.
# O atol é também o paraíso de muitas espécies aquáticas. Por se tratar de uma montanha isolada, em meio a mares profundos e afastados da costa, ele é ideal para peixes de todos os tamanhos, moluscos, algas, crustáceos e tartarugas. Quase cem espécies de algas, 44 de moluscos, 34 de esponjas, sete corais e duas espécies de tartarugas já foram ali identificadas. Entre os 24 crustáceos, destacam-se o caranguejo terrestre e o aratu, que somente habitam ilhas oceânicas.
# Em Rocas foram ainda catalogados quase 150 espécies de peixes diferentes, entre os sargos, garoupas e xaréus. Mas apenas duas dessas espécies, o gudião e a donzela são exclusivas da região, que abrange o Atol das Rocas e o Arquipélago de Fernando de Noronha, o tubarão-limão, uma espécie rara em Rocas tem motivado estudos de vários cientistas brasileiros e estrangeiros, a espécie passa o início da vida em cardumes, na laguna e nas piscinas do atol.
# De um branco característico, as areias do Atol das Rocas são classificados como falsas, pois derivam apenas do calcário moído de incontáveis fragmentos de conchas, ossos de aves e de peixes e de detritos vegetais (esqueletos de seres chamados vermetos), que ocuparam as rochas vulcânicas, estabilizando a faixa de recifes emersa, geralmente na forma de um círculo ou semicírculo, com uma laguna no meio. Em Rocas, as areias acumularam-se em duas faixas, em forma de anel aberto, compondo a Ilha do Farol e a Ilha do Cemitério.
# Na maré alta, as duas ilhas ficam emersas. Já na maré baixa surgem na área interior do atol várias piscinas naturais, de tamanhos e profundidades variadas, que funcionam como berçários para diversas espécies marinhas. A dimensão da ilha do Farol é de 34.637m2, com cerca de 1Km de comprimento por 400m de largura. Por sua vez, a Ilha do Cemitério tem 31.513m2, medindo aproximadamente 600m de comprimento por 150m de largura.
# Além da água cristalina, areias claras, pedras, rochas e corais, um punhado de coqueiros, ruínas de um farol e uma casa e uma casinha de madeira, onde pesquisadores ficam instalados, compõem a paisagem no Atol das Rocas.
# Por ter uma reconhecida importância ecológica devido à sua alta produtividade biológica e por ser uma importante zona de abrigo, alimentação e reprodução de diversas espécies animais, em 5 de junho de 1975 o Atol das Rocas foi transformado na primeira reserva biológica marinha do Brasil, pelo Decreto-lei nº 83.549. No início do ano passado, também foi considerado pela Unesco como patrimônio natural da humanidade.
# O Atol das Rocas é um maravilhoso refúgio ecológico, protegido e isolado em alto mar, a 270 km da costa brasileira. É um lugar de difícil acesso para os homens e um dos poucos recantos do planeta ainda regidos apenas pelas leis da natureza.
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